sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A BOEMIA

O Rio Vermelho nunca pára, quem gosta de fazer um happy hour, conversar com os amigos, namorar, paquerar, não tem dia nem hora, de segunda a segunda este bairro não pára. Tem alguns bares que funcionam 24h por dia, para atender a esta boemia... São muitos barzinhos, para todos os bolsos, dos mais botequins, aos mais requintados, agradando a todos os públicos.
Sexta feira, 18:00 h, um enorme engarrafamento começa nas principais avenidas do Rio Vermelho e este estende-se até as 23:00 h... a boemia se intensifica, está chegando o fim de semana! E então, programação garantida por aqui!
As pessoas geralmente marcam encontro no Largo de Dinha do acarajé, para depois seguir para os bares onde sempre rola um som, e não são poucos. Borracharia, Tarrafa's, Ali do Lado, Twist Pub, Balcão, enfim tem para todos os gostos.
E um que deixou muitas saudades, com certeza para muita gente, foi o extinto Café Calipso, o verdadeiro "inferninho" do Rio Vermelho. Pra quem gosta do bom e velho Rock'n Roll! Muitas bandas e artistas, hoje de sucesso, começaram neste local, que apesar de bem pequeno e calorento... era muito bom!

AS BELAS PRAIAS














A Praia da Paciência é uma praia muito bonita, onde, particularmente, coloco, todos os anos no dia 2 de Fevereiro, as flores para Yemanjá. Ando por cima das pedras, geralmente com amigas, e faço as minhas orações em agradecimento, primeiramente a Deus e depois a Rainha do Mar!











A Praia da Pedra da Concha (pedra em que Caramuru escondeu-se dos Tupinambás), localizada atrás do Mercado do Peixe, é muito utilizada por mergulhadores que fazem suas caças submarinas e passeiam pelos naufrágios antigos.











A Praia de Santana é a praia onde ficam ancorados os barcos da maioria dos pescadores da região, onde também sai a procissão do 2 de Fevereiro. Situada ao lado da Igreja de Santana e da Casa de Yemanjá.
















A Praia do Buracão é a praia mais bem frequentada do Rio Vermelho e na minha opinião uma das mais bonitas de Salvador. Apesar de frequentá-la desde criança, muita gente ainda não sabe que esta praia existe, pois ao passar pela avenida principal do bairro, não dá para ver e saber da existência de uma praia tão bela.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

2 DE FEVEREIRO DIA DE IEMANJÁ!!!

A tradicão da festa começou em 1924, com a escassez de peixes, um grupo de pescadores e comerciantes adeptos do candomblé, começaram a se perguntar por que não davam presentes à Mãe D'Água.
Resolveram então, chamar uma mãe de santo para organizar os preceitos de um presente que seria entregue, pela primeira vez, no dia 2 de Fevereiro de 1924.

Após a festa, a fartura de peixes voltou a ter resultados generosos. Desde então, nunca mais deixou de ser neste tão consagrado dia,  e até o ano de 1960 a festa foi conhecida como presente a Mãe D'Água.


O grande cantor e compositor, Dorival Caymmi compôs a musica "Dois de Fevereiro", que transformou-se em grande sucesso nas rádios da cidade, e então o Presente da Mãe D'Água passou a ser chamado de Festa de Yemanjá, começando a ganhar grande projeção e atrair multidões. A música tornou-se o verdadeiro hino da festa!

Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
Pra salvar Yemanjá

Eu mandei um bilhete pra ela
Pedindo para ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou

Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou...

Dorival Caymmi

No livro “Cancioneiro da Bahia”, Dorival Caymmi escreveu: “Não pode existir festa popular mais bela do que a de Yemanjá, realizada no dia 2 de fevereiro, no Rio Vermelho, inspiradora dessa canção. O tempo passa e a cada ano a festa da Senhora do Mar torna-se maior, congregando gente vinda de todo o Brasil”.

O 2 de fevereiro alvorece com uma queima de fogos de artificio na praia de Santana, próximo a casa de Yemanjá, antiga Casa do Peso, que anuncia a chegada do presente principal. Em seguida intensificam-se os rituais do candomble e o recebimento das oferendas públicas. Os fieis formam uma fila que contorna a mureta da praia de Santana, cheios de fé, depositam flores naturais, perfumes, sabonetes, pentes, escovas, velas, espelhos, bonecas, além de bilhetes contendo pedidos e agradecimentos, que são cuidadosamente colocados em enormes cestos de palha que serão levados ao mar pelas embarcações.













As cores predominantes de Yemanjá são azul claro e o branco, a saudação usada é "Odoiá". No sincretismo afro-baiano corresponde a Nossa Senhora das Candeias, que no calendário cátolico é celebrada no mesmo dia.







A HISTÓRIA












O Rio Vermelho nasceu no século XVI, com a chegada de Diogo Álvares Correa, o Caramuru, português, naufragou em seu litoral, sendo resgatado pelos índios Tupinambás.

Caramuru foi o responsável pala ligação dos índios com os Europeus. Em reconhecimento, os Tupinambás ofereceram-lhe a índia mais bonita da tribo, a Catarina Paraguaçu, que casou-se com ele em 1528 em Paris.
O Caramuru tornou-se o habitante mais ilustre da colônia, por servir de intermédio entre os franceses comerciantes de pau-brasil e os colonizadores portugueses.

Neste século o bairro desenvolveu-se lentamente, porém ocorreu um fato muito importante para seu desenvolvimento, os holandeses invadiram Salvador e sequestraram o então governador Diogo Mendonça Furtado. Vendo a necessidade de organizar uma reação a novos ataques o bispo da cidade D. Marcos Teixeira, escolheu o lugar mais alto da cidade para morar, o Morro do Conselho (hoje o Hotel Blue Tree Tower).

Neste período, começaram a surgir novos moradores no bairro, sendo os primeiros núcleos de povoamento o da Mariquita , o da Paciência e logo depois o de Santana ( hoje o largo de Dinha do acarajé), onde havia a igreja da matriz, que atraia pessoas de diversos cantos da cidade, devido aos festejos religiosos.

A igreja de Santana sempre se destacou pelo sincretismo com os ritos africanos, porém seu modesto tamanho não conseguia abrigar os diversos fiéis que aglomeravam-se do lado de fora da igreja.

No século XVII, o Rio Vermelho já possuia muitos pescadores, cerca de 100 cabanas na foz de um pequeno rio que se lança no mar, hoje o rio das tripas. A Senhora Santana tornou-se a padroeira dos pescadores. Com o passar dos anos, os pescadores passaram a festejar e reverenciar a santa por 10 dias durante anos com uma programação religiosa e profana.

Ainda pouco povoado no século XX, o bairro era uma espécie de área de veraneio das ricas famílias soteropolitanas. Só após a instalação de bondes eletricos, possibilitaram uma maior quantidade de moradores.

Em 1913, com calçamento das ruas e da avenida Oceânica, finalmente foi o consolidado o bairro. Com a construção do Parque Cruz Aguiar, primeiro local com a infraestrutura completa, chegou ao fim a era dos veranistas. E em 1960, com o crescimento econômico, foram construídas duas fabricas, a Coca-Cola e Biscoito Águia Central. No mesmo período, a igreja de Santana foi transferida para alguns metros da antiga, ficando ao lado da Casa do Peso, ponto de encontro dos fiéis pescadores.

Na década de 70, algumas construções verticais começaram a ser construídas e alguns casarões foram demolidos, para dar lugar a novas construções e tornar-se o então bairro boêmio de Salvador, O RIO VERMELHO!